O vento nunca me deixou, você , no entanto, sempre se fez de ausente. O
som continua o mesmo, abafado pelo ventilador mais do que barulhento, nesse
calor infernal. As vezes me lembro de
tudo o que já aconteceu, e fico com um sorriso bobo estampado na cara pelo
resto do dia. Não obstante, há vezes em que me lembro de uma palavra que ficou
presa na garganta, e olha, não consigo definir isso em uma palavra, e não vou
me alongar nos velhos clichês . A minha mente viaja . Talvez os alemães tenham
um nome pra essa sensação. Talvez não.
Juro, sinceramente, nunca contei pra ninguém. Mas eu sempre
reparei que seu olho direito, às vezes, sai mais baixo que o esquerdo nas
fotos. Eu já lhe disse que aquela seria
a última seria a última declaração de amor, mas não disse que não seria a
última vez que eu falaria de você. Como seria o mundo sem você? Bem, mau? Ontem mesmo gastei algumas horas
pensando como seria se eu nunca reparasse seus olhos. Desculpas, mas uma
palavra sua faz tanta falta.