Ele
gostava do frio, sempre gostou. Afundou suas mãos nos bolsos, sem saber
o porquê, só mais uma atitude involuntária do seu corpo.
Quanto
tempo não passava por ali? Uma combinação de prédios e casas peculiar o
levou em uma viagem no tempo. Tantas lembranças de amigos e inimigos,
alegrias e tristezas, paixões... várias imagens ao mesmo tempo na mente.
Como podia ter esquecido?
A
resposta veio tão rápida quanto à dúvida. A incerteza reinava,
juntamente com o desconforto e o azar. Assim, resolveu esconder tudo,
jogar para debaixo do tapete. Não teria uma vida nova pela frente?
A
verdade é que tinha vergonha do seu passado. E depois de todos os
desencontros, arrependeu-se de ter cortado todos os laços de uma vez só.
Quem sabe a sua felicidade não estava escondida ali?
Como sempre, ele alimentava esperanças, mesmo que fossem meras utopias.
Ele dobrou a esquina.
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